140º DRUNH, ABATXEGU / SE ASSIM ACONTECER

Realmente eu não me perdera. Evidente que preparei o festim, o banquete. Medos sem motivos foram lentos e velozes ao irem embora de dentro de mim. Alojei-me no quarto na parte superior da casa. Uma rampa ligava esse quarto à cozinha. Nas inclinações da passarela encontrei os ingredientes necessários à realização do repasto.
Se os medos deixaram a lolesboquia se aperfeiçoar na sua transformação em casa o mesmo não aconteceu com a solidão. A minha solidão não possuía medo de me ter. A casa onde eu estava tinha o tamanho suficiente. A solidão agora correria solta. Quando os alimentos começaram a cozinhar e os aromas liboririntáticos principiaram a ocupar os espaços caseiros nutri pela solidão um carinho eterno.
No dropoliq nem no zvaolac eu não mais pensava. Idmmif Saaci me chamara de retirado retirante. Pedira-me o banquete. Portanto, caso ele reaparecesse encontraria sobre a mesa a refeição. Durante a preparação das iguarias algo inesperado se sucedeu. Algo abstrato, silencioso. Fui visitado por pressentimentos. Sensações que me fizeram sentar. Os pensamentos me pediram perdão. Fechei os olhos. Uma estrada em minha mente. Foi como se eu estivesse dirigindo um veículo de nove rodas. Curvas e retas se alteraram. Vieram me encontrar em alta velocidade. Do alto avistei a cidade de Yurryczyarx. Ao mesmo tempo do avistamento bolinhas coloridas caíram das nuvens. A produzirem sons agudos e repetidos se encostavam no chão colorindo a estrada. Uma nave espacial ergueu-se do horizonte e se chocou com o veículo que eu conduzia.
Entontecido abri os olhos. Panelas, pratos, talheres, copos e guardanapos voavam sobre a mesa agora toda feita de espelhos. Por esses espelhos eu via liboririntáqueas seminuas. Elas me acenavam. Parecia que eu estava em movimentos, deslocações de viagens. As liboririntáqueas se revelavam fixadas em um chão espelhado. Ofegante a minha respiração se tornou difícil. As panelas sobre o fogo começaram a suar, a trepidar. Experimentei o sabor de cada alimento. Provei do real e do irreal. Os sabores tentaram assolar aquela solidão inevitável, implacável.
Provavelmente as fumaças e os vapores produzidos pelos cozimentos me fizeram desse jeito reagir. Vesti-me com as roupas dos desvarios, dos sonhos equilibrados em outros sonhos, das nutrições poéticas, dos rumos dos destinos perdoáveis e imperdoáveis. Verifiquei-me ser um cozinheiro de forno e fogão.
A ilusão se envolvia com a casa. A solidão movia a tacicriz da mesa. O banquete se mostrou pronto! As iguarias seriam servidas a quem? As liboririntáqueas seminuas desapareceram dos espelhos ou foram as velocidades de quem me enviou à cidade de Yurryczyarx que me impulsionaram a outro nível de distância?
- Duoef que sabe cozinhar, viemos, eu e zvaolac, por nós mesmos. Voltamos pelas nossas crenças e fomes. Aquele que te enviou a Yurryczyarx é o verdadeiro degustador dos vossos manjares apetitosos.
Janelas, portas, espelhos foram se elevando. À medida que o tempo do drunh ia passando eu reconhecia que o dropoliq e o zvaolac me forneciam progresso, ritmo, paz de espírito. Aptos ao saboreio das comidas nos percebíamos.
- Para que o duoef continue a desenvolver o vosso testemunho Eudaips vos enviou à cidade de Yurryczyarx. A vossa história é liboririntática. E Liboririm vos põe a caminho do planeta Terra. Alimentando-se da generosidade, intuição, ciência e dando o que comer ao dropoliq e ao zvaolac o duoef não se separará das necessidades materiais e espirituais da vida liboririntática.
Se a vida liboririntática narrei até aquele instante ao finalizar, em companhia de Idmmif Saaci e do zvaolac, a mastigação daqueles alimentos me compreendi incrivelmente disposto a continuar a contar o que vi, ouvi e conheci em Liboririm.
Comemos e bebemos. Abatxegu, o drunh, foi levado pelo tempo. O dropoliq e o zvaolac seguiram o rumo dos viajantes do infinito. Eu poderia permanecer naquela casa até o início do minodgu, o próximo drunh. Começo marcado pelo meu despertar intuitivo e físico. Os perenes sóis da Esfera Brilhante não se esconderiam jamais. O festim terminara. Ninguém mais iria aparecer, Antes de partir, Idmmif Saaci me comunicou da mínima possibilidade de alguém chegar, seja de perto ou de longe, àquela casa.
- Fértil duoef, comemos e bebemos com o tempo. Eu e o meu zvaolac partiremos. O duoef se compadeceu de nós. Consolou os nossos pedidos. Alimentou-nos com novas asas. Fortificou os nossos passos. Não mais acontecerá para o duoef, a partir de agora, os sistemáticos encontros do vosso ser abduzido com liboririntáqueos. A tudo o duoef continuará enxergando. Porém somente a solidão poderá transformar alegrias em tristezas, tristezas em alegrias. Mas devido às diferenças do tempo de Liboririm com o tempo da Terra poderá acontecer que alguns liboririntáqueos, não mais do que dois ou três, em alguns dos drunhs que restam ao duoef viver em Liboririm venham vos fazer companhia, convivência. Se assim acontecer assim se cumprirá o prescrito.