138º DRUNH, INQUAGU / AS PONTAS

Verdes os olhos nunca foram. São da cor da castanha. Se escuros ou claros dependem dos sentimentos. No momento em que Oetzu Zannv perto de mim apareceu os sentimentos se embriagavam no Bys-har K'Tysne. Não existiam mentiras nos meus sentimentos. Permaneci bebendo jivecs. O ronnixxlab nada desejou beber. Também não parava de mentir.
- Verossímil duoef, bebes tantas jivecs que às vezes vosso corpo desaparece do bys-har. Depois de vários drunhs o duoef reaparece. Creio que vós viajastes para muito longe. Conjeturo que vós chegastes ao finalmente do Rio Ojand, que fica a uma grande distância de Yurryczyarx. No espaço da ausência do duoef os drunhs se rebelaram contra o tempo. Deixaram os liboririntáqueos estáticos, esfomeados.
Toda essa conversa fiada que Oetzu Zannv jogava para cima de mim não passava de afirmações contrárias à verdade. Impossível os drunhs terem parado de agir nos movimentos das Esferas e do Planalto liboririntáticos e vice-versa. A coisa certa, a exatidão, era que Oetzu Zannv me irritava. Desde que cheguei a Liboririm nenhum outro liboririntáqueo me exasperou tal me exacerbou o ronnixxlab.
- Inverídico duoef, sei que gostastes de mim. Transformo o balcão do Bys-har K'Tysne em mesa de cinco ou prefere nove pontas? Nela agora nos sentamos. O duoef me conta a vossa história. Eu narro ao duoef a minha sucessão de acontecimentos.
Eu não contei história nenhuma ao falador de mentiras. Nem o balcão do Bys-har K'Tysne foi transformado em mesa de uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito ou nove pontas! Todas as coisas estavam como realmente foram criadas.
- Verídico duoef, uma vez o Rio Ojand, turbulento como foi gerado, abrigou-me numa das suas pontas, margens em pleno centro interior da Esfera Escura. Eu só queria praticar a pesca. Na margem do rio fiquei por muitos konasts. Os peixes vieram em abundância. Quando me dei por satisfeito atirei-me às águas revoltas do Ojand. Os peixes pescados ao perceberem a minha ausência retornaram drunh após drunh, samenoa atrás de samenoa, tehm depois de tehm, konast além de konast às profunduras do Ojand. Caçaram-me os obstinados animais vertebrados aquáticos. Poderiam ter me encontrado se uma correnteza detentora de sirene não tivesse me apanhado e em velocidade jamais vista me tirado do centro interior da Esfera Escura.
Os desvarios do ronnixxlab me fizeram perder a vontade de beber mais jivecs. Minha vontade era a de sair do Bys-har K'Tysne em outra velocidade também jamais vista.
Circula de repente nas ruas uma lacambu com a sirene ligada. Aproveito o som vermelho da sirene e saio às pressas do bys-har indo parar em esquina de cinco ou nove pontas.
- Invertebrado duoef, a cidade de Yurryczyarx é um círculo.
O ronnixxlab não deixou de perceber a minha manobra. Adiantou-se a ela. Não seria fácil escapulir de Oetzu Zannv. A qualquer instante o liboririntáqueo poderia recomeçar a me dizer mentiras e mais mentiras.
- Vertebrado duoef, embora o vento tenha o poder de levar coisas para as outras pontas de Liboririm há dentro do vento outro vento. Podemos chamá-lo de verdade.
Por que o ronnixxlab se referia assim ao vento. Para mim tudo não passava de barbaridades. Poderia até ser metáfora mentirosa ou instante verdadeiro. Nem ventar estava ventando.
- Desacreditado duoef, o vento nos trouxe uma árvore que fala.
Sem nenhum vento em Yurryczyarx encontrei na claridade absoluta da Esfera Brilhante uma árvore falante destinada a me ensinar o nome dos nove tehms que formavam um konast. Porém quem disse alguma coisa em primeiro lugar foi Oetzu Zannv.
- Salve árvore! De volta tome a vossa vida!
O liboririntáqueo se incorporou à árvore de maneira vitalícia. Ao ver o corpo de Oetzu Zannv se juntar, integrar-se e se reunir ao tronco metalizado da árvore tive dúvidas se a verdade era a mentira ou se a mentira era o cerne da verdade ou se o Rio Ojand significava um basta às incertezas, objeções, dificuldades.
- Acreditado duoef, quem sabe vos dei exemplo. Na verdade sou esta árvore que fala antes de mim. Sou esta árvore de metal nascida nos reinos altos de Eudaips. Sou esta árvore que vive dentro do tempo contando histórias aos nove tehms até que se complete um konast. Aprenda, duoef, o nome dos tehms liboririntáticos. Jenny, Ftauq...
- Mzxat... -continuei a falar.
- Alofd, Miznp...
- Jnolx, Scifo, Navto... -levei por diante.
- Ddyigw.
Os nove tehms do konast se alegraram quando por nós foram pronunciados. Talvez eu já soubesse os seus nomes porque o tempo liboririntático me preparava para sair de Liboririm, lugar da experiência criadora.
Em algum drunh, samenoa, tehm, konast os ventos retornariam a Yurryczyarx. Levariam a árvore falante de duas pontas e de múltiplas e ambíguas palavras de volta aos peixes do Rio Ojand no centro interno da Esfera Escura.
Em milésimo de foroac julguei que a esquina onde me encontrava representava um lugar certo. Uma chuva fina começou a cair sem prejudicar a claridade da cidade. O sentimento também estava certo da presença dum zvaolac que a tudo observava, estudava, apontava. No entanto eu não conseguia vê-lo. Eu não esperaria por qualquer fim. Sob a garoa me pus a caminhar.
IDMMIF SAACI, O DROPOLIQ
- Duoef dos duoefs, não se sintas sozinho porque não quero vos pedir amarguras e fracassos. Não me interesso por vossas torturas. Não sei se sou bom, certo, mal ou errado. Sinto que não estou mais estático. Entre estas múltiplas pontas e ruas de Yurryczyarx sei que sinto fome. Peço ao retirado retirante que me faça um festim, um banquete. Sou Idmmif Saaci, o dropoliq.